quarta-feira, 29 de novembro de 2017



CONVERGÊNCIAS

Há um lugar-comum que se vai repetindo desde tempos remotos: “nada nos separa”. Nem a língua, nem o rio, nem a raia seca.
Será mesmo verdade, ou é o nosso desejo que vai alimentando essa ilusão?
Acredito que é necessário fazer cada vez mais, insistir, persistir. Teimosamente.
É imperioso, vivendo num mundo cada mais global, mais virtual, mais insensível e desumano, é urgente que Galiza e Portugal (o Minho) se aproximem cada vez mais, que estreitem imemoriais laços fraternos, lancem pontes sólidas.
CONVERGÊNCIAS é o projecto que o CANTO D´AQUI e os seus cúmplices, realizando a sua Semana Cultural, nos propõem, unindo as vozes e as músicas, de Rosalía a José Afonso, em Padrón, Braga e Santiago, através de diversas propostas musicais teatrais e literárias, recuperando sons antigos, trazendo-nos novas linguagens, desafiando-nos com diferentes abordagens e intérpretes.
CONVERGÊNCIAS será, deixando o lugar-comum, um ponto de encontro de emoções e memórias, convergir é criar laços solidários que ignoram fronteiras artificiais que os nossos corações ajudarão a derrubar.
CONVERGÊNCIAS, mãos que generosamente se procuram e se unem, ao som da música, sob o encantamento da poesia.

Henrique Barreto Nunes
A fala

O idioma é a chave
coa que abrimos o mundo:
o salouco máis feble,
o pesar máis profundo.

O idioma é a vida,
o coitelo da dor,
o murmurio do vento,
a palabra de amor.

O idioma é o tempo,
é a voz dos avós
e ese breve ronsel
que deixaremos nós.

O idioma é un herdo,
patrimonio do pobo,
maxicamente vello,
eternamente novo.

O idioma é a patria,
a esencia máis nosa,
a creación común
meirande e poderosa.

O idioma é a forza
que nos xungue e sostén.
¡Se perdemos a fala
non seremos ninguén!

O idioma é o amor,
o latexo, a verdade,
a fonte da que agroma
a máis forte irmandade.

Renunciar ao idioma
é ser mudo e morrer.
¡Precisamos a lingua
se queremos vencer!

Manuel Maria

O Programa...